Quem foi Demerval Lobão

  • Data de falecimento: 04/11/1958
  • Profissões: Professor; Jornalista; Advogado
Atividades Profissionais e Cargos Públicos:

Inspetor de Ensino Secundário e Diretor do Liceu Piauiense; Delegado Regional, Serviço Nacional de Recenseamento, 1949; Diretor-Geral, Departamento Estadual da Fazenda; Juiz, Tribunal de Contas, PI, 1946; Delegado, IAPI, Teresina; Secretário da Fazenda..

Atividades Sindicais Representativas de Classe Associativas e Conselhos:

Membro da Ordem dos Advogados, da Associação Piauiense de Imprensa e do Instituto dos Advogados Piauienses..

Estudos e Cursos Diversos:

Cursou o Ginásio Municipal de São Francisco de Sales e o Liceu Piauiense, Teresina, PI; Ciências Jurídicas e Sociais, Faculdade de Direito do Maranhão

        
Demerval Lobão Veras – Nasceu em Campo Maior - Piauí , a 17 de fevereiro de 1915 – Faleceu em Teresina vítima de acidente automobilístico, no dia 4 de setembro de 1958. Filho de Pergentino Lobão Veras e Lina Freitas Lobão, formou-se em Direito com bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Bahia, em 1936. Como advogado foi membro da seccional baiana e piauiense da Ordem dos Advogados do Brasil, Instituto dos Advogados Piauienses e Associação Piauiense de Imprensa. Exerceu durante um curto período a advocacia liberal na cidade de Salvador, Bahia. 
Diretor do Liceu Piauiense (Colégio Estadual Zacarias de Góis), instituição da qual foi aluno, Demerval Lobão foi também inspetor de ensino secundário, diretor-geral do Departamento Estadual de Fazenda e depois secretário da referida pasta, delegado do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), juiz do Tribunal de Contas do Estado (1946) e delegado regional do Serviço Nacional de Recenseamento (1949).
Eleito deputado federal pela UDN em 1950, em 1958 disputava o governo do estado, mas a campanha teve fim em 4 de setembro de 1958, quando faleceu em virtude de um desastre automobilístico ocorrido próximo ao povoado Morrinhos, na chamada tragédia da Cruz do Cassaco, que ceifou também o candidato a senador Marcos Parente.
No dia 4 de setembro, início de uma manhã ensolarada, como quase todas as que permeiam o período do “B-R-O Bró”. E o quilômetro 14 da BR-316, entre Teresina e Morrinhos (atual Demerval Lobão), delimitava o local da tragédia. Os candidatos estavam a menos de um mês das eleições, marcadas para 3 de outubro. Naquela manhã, eles tinham como destino as cidades de Água Branca e São Pedro do Piauí, onde pretendiam participar de comícios. Lobão e Parente viajavam num Mercury 1951, conduzido pelo experiente motorista José Raimundo Martins Gomes. O automóvel, que também levava o médico carioca Rubens Perlingeiro e o advogado piauiense José Ribamar Pacheco, liderava um comboio com mais dois veículos, um Jeep Willys 1957 e um Ford F1 1951, ocupados pelo restante da comitiva. Em direção oposta, o caminhão-caçamba seguia para Teresina levando 16 cassacos – operários que trabalhavam nas obras da BR-316.
A rodovia federal era uma via de piçarra, sem pavimentação, e passava por obras, conduzidas pelo Departamento de Estradas de Rodagem – DER/PI. Embora o dia estivesse claro, uma nuvem de poeira erguia-se no rastro dos veículos e diminuía a visibilidade no caminho. Estava criado o cenário para o acidente que, mais tarde, entraria para a História do Piauí como o “Desastre da Cruz do Cassaco”. Pouco antes da batida, o motorista da caçamba imprimiu uma maior velocidade para ultrapassar um caminhão, sem perceber que outro veículo vinha em direção a Morrinhos. O choque foi inevitável e  fatal. Os cinco ocupantes do Mercury morreram na hora. Assim como seis operários que viajavam no caminhão do DER. Os outros 10 passageiros ficaram feridos, boa parte deles em estado grave.
  
Os demais integrantes da comitiva de campanha chegaram ao local minutos após o acidente. O barulho da batida também levou muitos curiosos à cena da tragédia. A notícia da morte dos principais líderes das Oposições Coligadas logo se propagou pelas ondas do rádio. Em pouco tempo, o Piauí comentava sobre o acidente que matou Demerval Lobão, Marcos Parente e outras nove pessoas. O noticiário também repercutia a comoção da multidão que se reunia em frente ao Hospital Getúlio Vargas, em Teresina, para onde os mortos e feridos foram levados. O corpo de Demerval Lobão seria, mais tarde, velado na Assembleia Legislativa do Estado, enquanto o de Marcos Parente seria enviado para o Rio de Janeiro, então capital federal, onde residia a família do parlamentar.
DEPUTADO FEDERAL DEMERVAL LOBÃO
Substituído como candidato a governador por Chagas Rodrigues, que teve como vice governador Tibério Barbosa Nunes. Demerval Lobão foi homenageado quando, anos depois de seu falecimento, Morrinhos foi emancipado e se tornou o município de Demerval Lobão, ao sul de Teresina-PI.